"O mais incrível da Gambiarra talvez seja a história. Não só o mito da criação da festa, seu início e sua explosão. Mas é perguntar pra qualquer pessoa da relação pessoal com as noites de domingo e se preparar para ouvir uma narrativa com começo meio e fim. Quem passa por ela leva uma recordação, alguma coisa pra contar. Sempre.

Comigo não é diferente, claro. Talvez eu tenha mais do que outros por ter permanecido durante mais tempo. Mas eu guardo cada noite como uma parte única que vai se ligando a tantas outras, inesquecíveis e especiais.

Me lembro quando comecei em 2008, ainda tímido, reconhecendo o ambiente. Foi um vício tão forte quanto silencioso, me pegou sem eu saber. Quando me dei conta, estava tomado de vontade de participar sempre, de estar próximo das pessoas que entendiam meu vício e de quem festejava comigo aquela descoberta. Esse grupo de viciados virou amigo, depois vieram muitos outros. Até hoje continuam vindo novos descobridores que são sempre recebidos com música quente, cerveja gelada e energia potente.

Acompanhei feliz a expansão da festa, as criações inventivas da produção, muitas idas e vindas de amigos, milhares de invasões, alguns altos e baixos (inevitáveis...)

Estou há 4 anos celebrando e não pretendo parar tão cedo. Embora morando no Rio e não possa vir toda vez, quando estou em casa de domingo, não consigo dormir. Se não vou pra uma invasão, fico com remorso e sinto saudade de ver tanta gente que eu amo e admiro tanto.

Hoje quando meus amigos vêem algo relacionado à festa correm pra me contar. E eu adoro quando fazem essa relação por que sei que uma parte importante de mim é Gambiarra. Então eu visto a camisa com o maior orgulho, anunciando por todo canto que quando a Gambiarra chegar vai desabar água, algodão, gente e amor."

Por: Pedro Progresso - vicado nº 107